segunda-feira, 6 de abril de 2009

Coluna > Caderno do Chef: Alegria de menino na cozinha

Por: Rodolpho Leonardo




Rodolpho Leonardo é formado
em Gastronomia pelo Centro
Universitário de Campos do Jordão.






Olá, sou Rodolpho Leonardo, cozinheiro por profissão, paixão e dom. Trabalho profissionalmente com cozinhas há 8 anos mas tudo começou a tempos atrás. Tinha sete anos de idade quando fiz minha primeira pizza, experiência que não sai da minha cabeça e demorou anos até sair da minha barriga. Como era marinheiro de primeira viagem na elaboração de pratos quentes, foi uma adorável e ardente experiência.

Sempre fazia café da manha para minha mãe aos fins de semana, colocava a mesa, pratos, garfos, guardanapos e preparava o suco, colocava o presunto na mesa junto do queijo mussarela, peito de peru, queijo minas e aguardava pelo pão fresquinho que a moça que nos ajudava em casa ia buscar toda a manha. Naquele dia, eu estava pensando em cozinhar algo, já tinha lá feito minhas experiências com bolos e tortas (mas eu nunca assava, só fazia a massa mesmo) mas desta vez uma receita me chamou a atenção, num velho livro de receita da minha mãe. A receita era de massa de pizza. E eu gostava de pizza de milho verde com atum, coisas de infância.

Bem, lá fui eu começar a fazer a massa. Farinha, sal, açúcar, e acho que era só isso mesmo, um pouco de água e fermento biológico. Sovei a massa e devo ter perdido uns 2 quilos, pois bem deixei a massa crescer por 1 hora, assim como dizia a receita. Fiz a bola e comecei a abrir a massa. Por horas tentei abrir a bendita da massa, mas a moça que trabalhava lá em casa acabou que por me ajudar. Ela falava “desse jeito você vai morrer de tanto comer, onde já se viu fazer pizza nesta idade.” E ela estava correta. Mas depois da massa estar aberta, bati uns 2 tomates pra fazer um molho base e passei na massa que estava quadrada numa forma redonda. Nessa altura pouco me importava com a circunferência da pizza, já estava com muita fome e pouca paciência. Abri uma lata de milho verde e outra de atum. Joguei tudo na massa e coloquei queijo por cima. Levei para assar. Uma maravilha, uns 10 minutos e estava cheirando muito bem.

Mas foi na hora de retirar a pizza é que a coisa complicou. Peguei a forma com um pano umedecido que estava por perto e ao puxá-la do forno, acabei a fazendo com muita força. A forma de pizza grudou na minha barriga, queimou minha mão e acabei deixando-a cair. Pequei um pedaço da pizza que estava ali na minha frente, do chão mesmo e enfiei na boca, pois afinal eu estava com fome. Ai sai correndo e chorando de dor. Minha mãe me acudiu e tudo mais, passou umas pomadas lá a ficou tudo bem, exceto a marca que perdurou durante uns 4 anos, como uma bandeira estampada na minha barriga.

Desde então nunca mais parei de cozinhar, sempre fazia algo, bolos, omeletes, ovos fritos, as vezes um mexido e assim por diante. Mas Foi ao estudar ciência da computação no exterior que realmente descobri minha vocação para cozinha, e desde então nunca mais a deixei. Hoje trabalho em um hotel 5 estrelas e já passei por grandes hotéis, navios de cruzeiros e restaurantes pelo mundo afora. Trabalhei com renomados chefs de cozinha, mas sempre me sinto um menino na hora de cozinhar, com aquela emoção que senti ao ver minha primeira produção, mesmo caída ao chão, mas com um sabor que jamais esquecerei. Viva a gastronomia, viva a cozinha e viva a quem a inventou...

Atualmente possuo um blog www.diariodochef.com.br onde posto algumas de minhas pesquisas, histórias e receitas e esta parceria com o Costa do Sol irá me proporcionar mais divertimento ao escrever esta coluna, sobre receitas e afins dedicados a gastronomia especialmente da Região dos Lagos. Um abraço a todos e uma boa semana.


Rodolpho Leonardo assina a coluna "Caderno do Chef" no Blog Costa do Sol Turismo.

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